Você já deve ter ouvido falar em tolerâncias de um desenho não ouviu?
Bem a palavra tolerância nos leva a pensar que o desenho deve tolerar
algo, aceitar, suportar, afinal, tolerar algo ou alguma coisa significa na
prática isso mesmo, suportar ou aceitar.
E você não esta errado de pensar assim. Tolerâncias de peças mecânicas
precisam ter certa tolerância durante a usinagem, porque senão não conseguimos
nem imaginar a dimensão da perda de material que aconteceria em todas as
empresas no mundo, se não houvesse nem sequer um centésimo que fosse de
tolerância para dar liberdade ao mecânico trabalhar.
Tolerância Dimensional é o mesmo que tolerar que sua medida indicada
varie pra ou pra menos ou pra ambos, dentro do campo dimensional base da cota.
Não entendeu nada? Vamos dar um exemplo:
No desenho acima as tolerâncias
estão indicadas junto das cotas. Os valores anotados nas cotas já sabemos que
são suas dimensões. Chamamos essas dimensões base da mecânica de Dimensão
Nominal. Ela que da ‘nome’ ou tamanho
real da peça. Mas dentro dessa Dimensão precisamos trabalhar em suas tolerância
de “desvios”, respeitando os “afastamentos“ anotados nas cotas.
*Afastamentos – Valores das
tolerância anotados nas cotas. Eles que nos dão a margem de o quanto podemos
nos desviar das medidas.
* Desvios – é a alteração possível
do valor nominal da cota permitido pelo afastamento.
Na prática fica assim. Olhando
para a figura anterior, vamos definir algumas informações para entendermos
melhor.
Olhando para a parte inferior de
anotação do cilindro.
Consegue definir os valores:
Dimensão nominal, Dimensão Máxima da Peça, Dimensão Mínima, afastamento superior,
afastamento inferior?
Vamos fazer juntos:
Dimensão Nominal: 40mm
Afastamento Superior: +0,25 mm (ou 25 centésimos de milímetro)
Afastamento Inferior: - 0,25 mm (ou menos 25 centésimos de milímetro)
Dimensão Máxima: Dimensão Nominal + Afastamento Superior = 40,25 mm
Dimensão Mínima: Dimensão Nominal + Afastamento Inferior = (- com + = -) = 39,75 mm
Com base nessas informações, concluímos
que o cravar a medida da peça – cota -
nem sempre é o esperado, de acordo com os desenhos, mas sim o quanto a
tolerância nos manda deixar ou retirar dentro deste ou daquele valor base –
cota.
A Dimensão obtida após a usinagem chamaremos de Dimensão Efetiva da peça.
Mas e a tal Tolerância Geométrica?
Se a Tolerância Dimensional tolera medidas, a
Geométrica tolera desvio de forma. Ou seja, um objeto sofre alterações de
percurso em sua forma geométrica ideal.
Para garantir isso, que um pino não
seja curvado, que uma face plana não seja côncava ou convexa, que um furo saia
na posição exata conforme a cota, para ter essas garantias ou pelo menos
assegurar que suas alterações não ultrapassarão valores considerados ainda
utéis, coloquemos Tolerância Geométrica.
Mas como se interpreta esses
desenhos engraçados?
Veja a tabela com todas as
tolerâncias explicadas abaixo:
Retilineidade
Quando a peça tem forma cilíndrica, é importante determinar a tolerância de
retilineidade em relação ao eixo da parte cilíndrica. Nesses casos, a tolerância de
retilineidade é determinada por um cilindro imaginário de diâmetro t , cujo
centro coincide com o eixo da peça.
Planicidade
A tolerância de planeza corresponde à distância t entre dois planos ideais
imaginários, entre os quais deve encontrar-se a superfície real da peça.
Como você bem percebeu, esse não é um assunto tão simples como a tolerância dimensional. Por isso, que tal continuar acompanhando minha página e aguardar por mais informações técnicas sobre tolerâncias, além de giffs geniais que poderão auxilia-lo durante as interpretações dos mais diferentes tipos de tolerâncias.
Abraços e até mais.
Bons Estudos!!